O sol nasce e se põe todos os dias, temos a chance de fazer isso com as nossas próprias vidas ! Obrigada Jesus por essa rica oportunidade!

24 de abr. de 2011

Páscoa, só hj?



Ola,
Faz um certo tempo que não escrevo, hj, recebendo um post de uma amiga, notei que meu coração queria falar sobre o dia de hoje, a nossa Páscoa, celebração cristã:
Parte do texto abaixo e imagem tirei desse link( http://wwwusers.rdc.puc-rio.br/kids/kidlink/kidcafe-esc/significado.html)

“A Páscoa é uma festa cristã que celebra a ressurreição de Jesus Cristo. Depois de morrer na cruz, seu corpo foi colocado em um sepulcro, onde ali permaneceu, até sua ressurreição, quando seu espírito e seu corpo foram reunificados. É o dia santo mais importante da religião cristã, quando as pessoas vão às igrejas e participam de cerimônias religiosas.

Muitos costumes ligados ao período pascal originam-se dos festivais pagãos da primavera. Outros vêm da celebração do Pessach, ou Passover, a Páscoa judaica. É uma das mais importantes festas do calendário judaico, que é celebrada por 8 dias e comemora o êxodo dos israelitas do Egito durante o reinado do faraó Ramsés II, da escravidão para a liberdade. Um ritual de passagem, assim como a "passagem" de Cristo, da morte para a vida.

No português, como em muitas outras línguas, a palavra Páscoa origina-se do hebraico Pessach. Os espanhóis chamam a festa de Pascua, os italianos de Pasqua e os franceses de Pâques”


Entre abraços, torpedos, ovos de chocolate, com votos de feliz páscoa, me veio em mente, é uma pena que muitos de nós, só lembramos de celebrar a Páscoa, apenas um dia do ano. Nos outros 364, acabamos desrespeitando o nosso próximo, ouvimos e assistimos noticias, de mães abandonando filhos em lata de lixos, de filhos assassinando pais, de políticos corruptos, de pessoas querendo ganhar em cima da desgraça do próximo, e por ai vai...

Será que um dia, conseguiremos celebrar a verdadeira mensagem da Páscoa, se não nos 365 dias do ano, quem sabe pelo menos, para começar, metade disso ?
Será que um dia seremos, verdadeiramente capazes de amar ao próximo, como a nós mesmos?
Será que um dia teremos condições plena, de nos olharmos no espelho e dizer: A Páscoa vive em mim, 24 hs do meu dia!
Utopia? Sei que para muitos sim, não conseguiremos ser tão justos e santos como Cristo foi, mas poderíamos, tentar nem que fosse por mais do que apenas um dia, lembrar das lições que Ele nos deixou...

Que tal começar agora ? Nas pequenas coisas do nosso dia a dia...
Ligar para nosso porteiro que está todos os dias cuidando para que nada de ruim no aconteça, mesmo que muitas vezes ele esteja dormindo, e desejá-lo uma Feliz Páscoa, a ele e a toda família.
Lembrar de agradecer aquele que segurou a porta do elevador para nós entrarmos;
Conseguir ser mais simpático dentro de um elevador, nem que seja apenas desejando que a pessoa que está ali dentro e tão sem graça quanto nós, que ela tenha um bom dia, ou uma boa noite;
Olhar nos olhos daqueles que moram em sua casa, e desejar pela manhã, que o dia seja maravilhoso, garanto que durante o dia deles,lembrarão desse desejo e quem sabe o transformarão de fato em um dia maravilhoso!
.....
Aposto que vc, que esta lendo esse texto, tem mais uma porção de coisas para lembrar, para dizer, pensar e sentitr...
Vamos fazer isso juntos?

Se puder deixe sua mensagem de paz, de Páscoa diária aqui nos comentários...Será um prazer recebê-la aqui!

Um grande abraço e que a renovação da Pascoa esteja presente, diariamente em nossos corações !

Tati

14 de abr. de 2011

Japão (Por Monja Coen)




Quando voltei ao Brasil, depois de residir doze anos no Japão, me incumbi da difícil missão de transmitir o que mais me impressionou do povo Japonês: kokoro.
Kokoro ou Shin significa coração-mente-essência.
Como educar pessoas a ter sensibilidade suficiente para sair de si mesmas, de suas necessidades pessoais e se colocar à serviço e disposição do grupo, das outras pessoas, da natureza ilimitada?
Outra palavra é gaman: aguentar, suportar. Educação para ser capaz de suportar dificuldades e superá-las.
Assim, os eventos de 11 de março, no Nordeste japonês, surpreenderam o mundo de duas maneiras.
A primeira pela violência do tsunami e dos vários terremotos, bem como dos perigos de radiação das usinas nucleares de Fukushima.
A segunda pela disciplina, ordem, dignidade, paciência, honra e respeito de todas as vítimas.
Filas de pessoas passando baldes cheios e vazios, de uma piscina para os banheiros.
Nos abrigos, a surpresa das repórteres norte americanas: ninguém queria tirar vantagem sobre ninguém. Compartilhavam cobertas, alimentos, dores, saudades, preocupações, massagens. Cada qual se mantinha em sua área. As crianças não faziam algazarra, não corriam e gritavam, mas se mantinham no espaço que a família havia reservado.
Não furaram as filas para assistência médica – quantas pessoas necessitando de remédios perdidos-
mas esperaram sua vez também para receber água, usar o telefone, receber atenção médica, alimentos, roupas e escalda pés singelos, com pouquíssima água.
Compartilharam também do resfriado, da falta de água para higiene pessoal e coletiva, da fome, da tristeza, da dor, das perdas de verduras, leite, da morte.
Nos supermercados lotados e esvaziados de alimentos, não houve saques. Houve a resignação da tragédia e o agradecimento pelo pouco que recebiam. Ensinamento de Buda, hoje enraizado na cultura e chamado de kansha no kokoro: coração de gratidão.
Sumimasen é outra palavra chave. Desculpe, sinto muito, com licença. Por vezes me parecia que as pessoas pediam desculpas por viver. Desculpe causar preocupação, desculpe incomodar, desculpe precisar falar com você, ou tocar à sua porta. Desculpe pela minha dor, pelo minhas lágrimas, pela minha passagem, pela preocupação que estamos causando ao mundo. Sumimasem.
Quando temos humildade e respeito pensamos nos outros, nos seus sentimentos, necessidades. Quando cuidamos da vida como um todo, somos cuidadas e respeitadas.
O inverso não é verdadeiro: se pensar primeiro em mim e só cuidar de mim, perderei. Cada um de nós, cada uma de nós é o todo manifesto.
Acompanhando as transmissões na TV e na Internet pude pressentir a atenção e cuidado com quem estaria assistindo: mostrar a realidade, sem ofender, sem estarrecer, sem causar pânico. As vítimas encontradas, vivas ou mortas eram gentilmente cobertas pelos grupos de resgate e delicadamente transportadas – quer para as tendas do exército, que serviam de hospital, quer para as ambulâncias, helicópteros, barcos, que os levariam a hospitais.
Análise da situação por especialistas, informações incessantes a toda população pelos oficiais do governo e a noção bem estabelecida de que “somos um só povo e um só país”.
Telefonei várias vezes aos templos por onde passei e recebi telefonemas. Diziam-me do exagero das notícias internacionais, da confiança nas soluções que seriam encontradas e todos me pediram que não cancelasse nossa viagem em Julho próximo.
Aprendemos com essa tragédia o que Buda ensinou há dois mil e quinhentos anos: a vida é transitória, nada é seguro neste mundo, tudo pode ser destruído em um instante e reconstruído novamente.
Reafirmando a Lei da Causalidade podemos perceber como tudo está interligado e que nós humanos não somos e jamais seremos capazes de salvar a Terra. O planeta tem seu próprio movimento e vida. Estamos na superfície, na casquinha mais fina. Os movimentos das placas tectônicas não tem a ver com sentimentos humanos, com divindades, vinganças ou castigos. O que podemos fazer é cuidar da pequena camada produtiva, da água, do solo e do ar que respiramos. E isso já é uma tarefa e tanto.
Aprendemos com o povo japonês que a solidariedade leva à ordem, que a paciência leva à tranquilidade e que o sofrimento compartilhado leva à reconstrução.
Esse exemplo de solidariedade, de bravura, dignidade, de humildade, de respeito aos vivos e aos mortos ficará impresso em todos que acompanharam os eventos que se seguiram a 11 de março.
Minhas preces, meus respeitos, minha ternura e minha imensa tristeza em testemunhar tanto sofrimento e tanta dor de um povo que aprendi a amar e respeitar.
Havia pessoas suas conhecidas na tragédia?, me perguntaram. E só posso dizer : todas. Todas eram e são pessoas de meu conhecimento. Com elas aprendi a orar, a ter fé, paciência, persistência. Aprendi a respeitar meus ancestrais e a linhagem de Budas.
Mãos em prece (gassho)
Monja Coen

4 de abr. de 2011

Novos Ares (Atuação 4/4/2011)



Boa Noite pessoal,
Já faz um bom tempo que escrevi meu último texto de atuação mas como nada dura para sempre, olha eu aqui de novo!!!

Hoje foi meu primeiro dia de atuaçao em novos ares.Fui recebida muito carinhosamente pela Dr. Xu das Garças, desculpa Dra, mas o seu primeiro nome é tão complicado rs, que eu nem sei escrever,hehehehe...Um novo momento em minha vida, me fez mudar de hospital, sentirei falta das minhas pérolas lindas mas, a distância entre meu trabalho e o hospital de atuação, estava dificultando a minha ida então,estou tentado a oportunidade de novos horizontes.

Não estou acostumada a atender homens, desde que iniciei esse trabalho, minha especialidade eram as flores..por esse motivo, passei o dia bastante ansiosa, pensando que provavelmente, nesse novo hospital, teriam homens...Será que eu me sairia bem? Como será a recepção dos homens qdo entramos nos quartos? O que conversar com o sexo oposto? Dentre outros pensamentos...

Com toda certeza do meu coração posso dizer,que foi o máximoooooo, eu amei esse novo momento da Dra Risoquita, a Dra Xu das Graças foi super parceira e te digo, até espanhol falei e pra minha surpresa, poderia até ter pedido autografo! Não é q o paciente era um cantor que foi muito famoso,sua linda esposa de acompanhante,falou que era ele, mas na hora não me caiu a ficha, não imaginei que aquilo fosse possível, rsrsrs.
Dra Xú e eu, recebemos de presente, como uma noite mágica, ele cantando, exclusivamente para nós!!! Foi incrível...e a tonta aqui dizia, uau, que vozeirão, mas pensando assim, ok, é só um paciente que canta super bem, kkkkkk!!!

Uma noite inesquecível, entre canções, risadas, piadas, um rapaz nos disse que amava palhaços, mostrou sua tatuagem, um palhaço lindo nas costas, falou que queria fazer outro na perna...Disse a ele, qdo vc sair daqui venha então para o lado de cá, venha ser palhaço como nós! Entreguei um cartão a ele, quem sabe não é, teremos um novo companheiro qqr dia deles, o rapaz de "cabelo de minhoca" que adora palhaço!!!

No meio de tanta alegria, uma tristeza, a L, terminal, muito nervosa, gritando que queria a enfermeira,queria que arrumasse a cama, queria água, mas com a Graça de Deus e pq não, com o poder de amor do nariz vermelho, conseguimos acalma-la, nos disse que não queria conversar e obviamente nos retiramos, desejando tranquilidade e uma boa recuperação! Ficamos sabendo da enfermeira chefe, que a família não era assim tao participativa...uma pena, uma menina tão novinha, sendo assim levada por essa doença, C.A. Peço a Deus que a abençõe e que seja feito oq for melhor a ela!

Agradeço as queridas enfermeiras, faxineiras e a todos os pacientes dessa noite e em especial, um agradecimento a minha acolhedora, Dra Xú! Foi incrível...Amei!!! espero que possamos estar juntas novamente, em breve!

E deixo aqui um forte abraço,com parte da canção que o paciente famoso nos deu de presente: "meu coração, não sei porque, bate feliz, qdo te vê, e os meus olhos, ficam sorrindo..."

Dra Risoquita